terça-feira, 7 de agosto de 2012

Nazaré Pereira na volta da Black Soul Samba

Depois de um mês de folga e reciclagem de sons, a Black Soul Samba volta ao comando das sextas no Palafita. Para abrir o semestre, o coletivo traz uma das grandes musas da música paraense. Com swingue universa, é Nazaré Pereira quem chega com sua saia rodada, colares de missanga e energia do cantar amazônico. Motivo imperdível pra matar a saudade. É na sexta, 10 de agosto, na volta da Black Soul Samba. Impossível um paraense que não a conheça, ou ao menos tenha ouvio uma de suas músicas. Nazaré Pereira é acreana, mas foi criada em Icoaraci e há anos mora em Paris. Suas vindas à Belém são sempre sinônimos de bons shows, em parceria com os melhores músicos. E dessa vez ela aporta no palco da noite mais black e ritmada da cidade das mangueiras. Depois de uma festiva e aclamada participação na festa de São João da Black, no show de Adilson Alcantara, a cantora de Xapuri sentiu as intensas e felizes vibrações do público e não teve dúvida, tinha que levar seu show inteiro àquele palco. “Já têm alguns anos que mostro através de meus shows, os ritmos brasileiros e principalmente amazônicos para pessoas alegres de vários países do mundo, e a festa é sempre maravilhosa”, comemora. Para a festa do dia 10, Nazaré convocou o quarteto formado por Mário Mouzinho (violão), Sagica (bateria), Gringo (baixo) e Edgar Matos (teclados). O repertório tem xote, baião, carimbo, forró e o que mais a energia da noite permitir. Entusiasmada, Nazaré garante que o show será efusivo. “Espero por vocês para passarmos bons momentos juntos em uma viagem dançante e musical”, convida. Entre o Acre e Paris, 17 discos e muita alegria Cantora. Coreografa. Diretora. Compositora. Atriz. Filha de pai seringueiro e mãe lavadeira. Nazaré Pereira nasceu na cidade de Xapuri, mesma cidade de Chico Mendes, no interior do Acre. Aos sete anos mudou-se com a família para o Estado do Pará, indo morar no bairro de Icoaraci (a famosa Vila Sorriso) em Belém. Após formar-se como professora primária foi para o Rio de Janeiro e fez Faculdade de Teatro na Uni-Rio. Em 1969, ao lado de Leila Diniz, atuou em diversas novelas. Por essa mesma época, ganhou um prêmio no programa "A grande chance", de Flávio Cavalcanti, na TV Tupi. O prêmio foi uma passagem para Portugal. De Lisboa, viajou para Nancy, na França. Nesta cidade, estudou teatro com Jack Lang, mais tarde ministro da Cultura do governo Mitterrand. Fez graduação no Centre Universitaire Internacional de Formation et des Recherches Dramatiques de Nancy. No ano de 1971, em Paris, sob a direção de Bob Wilson, integrou o elenco da peça "Les Regard du Sourd", encenada no Teatre de La Musique. No ano seguinte, representou o Brasil no Festival de Teatro de Quito (Equador). Dois anos depois, participou do "Festival de Teatro de Nancy". E foi então que começou a cantar em casas noturnas de Paris. Trabalhou também como dançarina, integrando os grupos Les Étoiles e Os Maracatus. Atuou ao lado de Tânia Maria, Teca Calazans e Ricardo Villas. Sua primeira música composta foi a famosa " Xapuri do Amazonas" em 1978. No mesmo ano gravou "Nazaré", primeiro disco lançado pela gravadora Cezame/RCA, na França. Sua interpretação para "O cheiro de Carolina", de Luiz Gonzaga, e "A roxo" obteve o primeiro lugar nas paradas de sucesso da Bélgica e Suíça. No LP também interpretou "Só quero um xodó" (Dominguinhos e Anastácia), "Pisa na fulô" (João do Vale, E. Pires e Silveira Júnior) e suas adaptações "Bambo de bambu", "Yara" (c/ J. A Kzam) e "Boi do Amazonas". No ano seguinte, o disco foi lançado no Brasil pela gravadora Top Tape. Nesse mesmo período, juntamente com Chico Buarque e Jorge Amado, foi condecorada por Jack Lang com a "Medalha Chevalier des Arts et des Lettres", pelos serviços prestados à cultura brasileira na França. Nos anos seguintes, lançou vários LPs e compactos, sempre tendo uma boa média de vendagem, tanto na França quanto em países vizinhos. Entre seus discos mais conhecidos está a compilação feita por David Byrne para a gravadora EMI, "Beleza tropical", no qual interpretou "Maculelê" e "Caixa de sol", participando deste mesmo disco Caetano Veloso e Gilberto Gil. Gravou 17 discos, cinco dos quais para o público infantil. Escreveu com Michel Mayne (compositor de 'Emmanuele') letras para trilhas sonoras de filmes franceses. Em Paris manteve um programa de música brasileira em uma emissora FM. No LP "Amazônia", gravado e lançado na França pela Cézame, incluiu um dos maiores sucessos de sua carreira, "Xapuri do Amazonas" (de sua autoria), além de outras composições, como "Riacho do navio" (Luiz Gonzaga e Zé Dantas), "Sodade, meu bem sodade" (Zé do Norte e A. do Nascimento), "Baião de Paris" e "Forró no escuro", ambas de Luiz Gonzaga, "O que vier eu traço" (Alvaiade e Zé Maria) e "Boi bumbá", de autoria de Waldemar Henrique. Também lançou outro disco de grande sucesso, "Nazaré Pereira", pela RCA, no qual interpretou "Bahia" (Antônio Carlos e Jocafi), "Assum preto" e "Baião", ambas de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, "Saudade da Bahia" (Dorival Caymmi) e, de sua autoria, "Carimbó do dó" e ainda "Cirandando" e "Cristina", ambas em parceria com Coaty de Oliveira.
Participou de vários festivais, como o de Montreal e Quebec, no Canadá, Montreux na Suíça e o "Festival de Nice", na França. Apresentou-se em teatros parisienses importantes, como Olympia e Bobino. Fez turnê pela Europa, Oriente Médio e África. No ano de 1997, foi tema e enredo de uma escola de samba de Belém. Logo depois, foi coroada rainha no "Baile dos Artistas". No ano seguinte, voltou para o Brasil. Gravou pela PolyGram o CD "Brasileira, tout simplesment", cujo repertório incluiu "Tambor de coro" (Ronaldo Silva), "Sabor açaí" (Nílson Chaves), "Nasci para bailar" (Paulo André Barata e João Donato) e composições suas, como "Grito mudo" (c/ Pedrinho Cavalero), "Samara linda" (c/ Kzam Gama), "Folha ao vento" (c/ Kzam Gama) e "Brasileira, tout simplesment". No ano 2000 lançou o CD "Brasil forró" gravador em Fortaleza e editado na Franca pela gravadora Sunset-France. Em 2003 lançou "Brasil Capoeira", também pela gravadora Sunset- France. E logo em seguida a gravadora americana Putumayo incluiu várias interpretações suas em coletênas lançadas somente para o mercado norte-americano. Atualmente visita o Brasil cerca duas vezes por ano, onde inclui shows na cidade de Belém. Além de Nazaré Pereira, a Black Soul Samba conta ainda com seu staf de DJs. Fernando Wanzeler, Uirá Seidl, Kauê Almeida, Homero da Cuíca e Kauê Almeida voltam cheios de saudade e novos sons para a noite de sexta, garantindo sempre o melhor da música brasileira com todas as cores da black music. Serviço Nazaré Pereira na volta das férias da Black Soul Samba Quando: Sexta, 10 de agosto de 2012 – A partir das 21h Quanto: R$10,00 – com meia-entrada para estudantes (em respeito à lei nacional da meia-entrada) Onde: No bar Palafita – Rua Siqueira Mendes, ao lado do Píer das 11 Janelas, na Cidade Velha Saiba mais: www.blacksoulsamba.blogspot.com Fan Page: www.facebook.com/BlackSoulSamba Twitter: @blacksoulsamba Imprensa: (91) 8190 8270 / 8889 3639 Produção: (91) 8413 0861 / blacksoulsamba@yahoo.com.br Escute a Black na rádio: Toda quarta, 21h, na Unama FM – 105,5. Reprise aos sábados, 22h.

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