quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Revelação do rap paraense no palco da Black

Com a cena rap crescendo em Belém, a última sexta de agosto não poderia deixar de fora de sua programação uma das maiores revelações do Rap paraense. A principal atração da Black Soul Samba, nesta sexta-feira, 31 de agosto, no Bar Palafita, a partir das 21h, é D-Luca Rapper, ex- integrante do grupo Clã Real, que chega agora com seu projeto solo e promete um grande show, que terá ainda participações especiais dos Cronistas de Rua, os rappers Dime França e Alonso Nugoli, além do DJ Fantasma e muito mais. 
Uma de suas grandes inspirações foi o rapper Notorious B.I.G., assassinado em 1997, a tiros, após a premiação do Soul Train Music Awards. D-Luca diz também que é influenciado por Dexter, MV Bill, Racionais MCs e Rappin Hood, mas que  está antenado e vem observando o trabalho de quem está fazendo a nova escola do rap paraense. 

Morador do bairro da Pedreira, ele começou seu trabalho há 10 anos, em meados de 2002, quando se uniu aos amigos Brutos e Cisco, que resolveram formar o grupo M.P.F. (Movidos pela Fé). Logo começaram a compor e colocar as ideias em prática. Mas com o tempo, os parceiros tomaram outro rumo, enquanto que ele persistiu no firme propósito de construir um trabalho no rap e agora está alcançando seu reconhecimento. 

Há uns anos atrás, acabou sendo convidado por DJ Fantasma que, percebendo um grande talento e potencial nele, o convidou juntamente com o então parceiro Negro Edi, para fazer parte do Clã Real. “Ele foi melhorando cada vez mais e com o fim do nosso grupo, ele partiu para carreira solo e está sendo uma grande revelação do Rap paraense.

DJ Fantasma
O trabalho solo dele está entre os melhores do Estado, com um estilo pesado que só ele sabe fazer”, afirma Fantasma que no show de D-Luca vai soltar batidas, criar efeitos e fazer performances criativas que darão mais intensidade à apresentação do Rapper. 

Com as produções a mil, sempre de forma independente, e com eventos como o Tamujunto, um baile com DJ's e MC's e grupos Rap tocando, além do Rima di Rua, evento realizado em praça aberta para o encontro de MC's para troca de idéias e batalha de Freestyle, vem fomentando cada vez mais a cena do Rap em Belém e no resto do Estado.

“Os grupos de Rap estão gravando mais, colocando suas músicas e discos na rua. Já temos grupos gravando vídeo clips e alguns já estão nas ruas como o dos ‘Aliados MC's, Ian Smith e Bruno B.O.”, revela DJ Fantasma. Para D-Luca, a cena Rap paraense é como uma Fênix, renascendo das cinzas. 

“Isso está se fortalecendo mais do que antes aqui no Norte, com vários eventos, mutirões e oficinas. Mostrando que também tem rap aqui nessa porra!”, afirma. Em sua apresentação solo na Black Soul Samba, D-Luca conta que vai fazer como sempre, uma abertura diferente. “Nessa preparei uma homenagem que vai ser surpresa”, faz suspense. “Quero fazer história nas memórias dos frequentadores da Black Soul Samba, assim como fiz em outros lugares”, conclui. 

D-Luca Rapper
É melhor você não perder, pois além do D-Luca, a noite que fecha o primeiro mês deste segundo semestre, no Palafita, ainda traz os DJs Truta - que toca no Açaí Biruta e no Reggae no Parque - Roots Reggae - e Gio Bittencourt , que vai mandar muita cúmbia, aquele ritmo afro latino, quente e muito popular na América do Sul. Muito tocado em países como Colômbia e Peru, ele também influencia em cheio a música paraense.

E ainda tem os Djs residentes da Black Soul Samba, Eddie Pereira, Uirá Seidl, Kauê Almeida, Fernando Wanzeler e Homero da Cuica, que desde o início da festa estarão com sets especiais para a noite mais rap que a Black já teve, quer apostar?

DJ Fantasma - Fernando Cavalcante das Neves, mais conhecido no meio artístico como DJ Fantasma, Em meados de 2000, pela influência de amigos, começou a se interessar pelas pick-ups. Por causa desse interesse, Fantasma foi convidado a participar do grupo Expressão Verbal.

A partir daí começou a ganhar destaque, tocando sempre nas maiores festa e eventos de Hip Hop do estado do Pará, chegando a tocar no maior Festival de música independente da Região Norte, o Festival Serasgum. 

Como conseqüência de seu envolvimento com a pista, seu conhecimento e pesquisa o fizeram ingressar na área de produção musical, sendo o primeiro a produzir batidas e músicas do gênero no estado, inovando o Hip Hop da região Norte, com misturas que vão da Salsa, Cúmbia, Reggae passando pelo Brega, Tecnobrega até o Carimbó, transformando o Hip Hop também em cultura musical paraense. 

Cronistas de Rua
Cronistas da Rua – O grupo é formado por Dime França, compositor e vocalista, e Alonso Nugoli, beatboxing (percussão feita com a boca) e vocal. Buscando inspiração em grupos de fora para servir de referência, o Cronistas da Rua mostra uma mistura de hip hop, rap e o linguajar caboclo. 

Com músicas de cunho social, em que as letras buscam apresentar não só críticas mas também soluções aos problemas sociais, o grupo foi convidado a participar da Rio +20, ocorrida no início deste ano. 

Serviço
Black Soul Samba. Nesta sexta, 31, com show do D-Luca Rapper e os convidados Cronistas de Rua e Dj Fantasma. Para saber mais sobre D-Luca, acesse: www.soundcloud.com/d_lucarapper / www.twitter.com/D_LucaRapper / www.youtube.com/user/DLucaRapper .A noite tem também participação especial dos DJs Truta e Gio Bittencourt. 

A partir das 21h - R$10,00 – com meia-entrada para estudantes (em respeito à lei nacional da meia-entrada). No bar Palafita – Rua Siqueira Mendes, ao lado do Píer das 11 Janelas, na Cidade Velha. Informações: (91) 8134.7719 e (91) 8413 0861 / blacksoulsamba@yahoo.com.br. Escute a Black na rádio: Toda quarta, 21h, na Unama FM – 105,5. Reprise aos sábados, 22h.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Solo de Pipira do Trombone invade festa da Black

A cantora e instrumentista Iva Rothe e o guitarrista Jonas, da banda Soatá (DF) fazem participação especial. Cúmbia, mambo, carimbó, merengue, lambada e outros ritmos latinos vão estar em alta nesta próxima sexta-feira, 24, no palco do Palafita, quando acontecerá mais uma noite de Black Soul Samba. 

Depois de retomar o segundo semestre com os ritmos amazônicos de Nazaré Pereira e na semana passada receber um belo tributo á Caetano Veloso em seus 70 anos, com o show lado B de Rande Frank, banda e convidados, a Cidade Velha voltará a ferver, desta vez, com o show de Pipira do Trombone e Power Trio, além dos Djs residentes que prometem tirar do baú toda a latinidade de suas garimpagens sonoras. 

Ele nasceu Pedro Paulo dos Santos Souza. É policial militar e atua na banda da corporação em Belém (PA), mas é conhecido no meio artístico como Pipira do Trombone. É compositor de músicas populares e mais recentemente vem se destacando em carreira solo, embora ainda atue no grupo que consagra a ele e outros mestres como Manezinho do Sax e Pantoja do Pará, o Metaleiras da Amazônia. Tocar só, porém, nunca foi uma novidade. 

“É um trabalho que sempre fiz, mesmo quando estava fora deste mercado. Eu tocava só até que entrei pro Metaleiras, numa iniciativa da Funtelpa. Foi assim que souberam de mim em São Paulo, no Itaú Cultural”, diz ele referindo-se ao projeto Cartografia Musical Brasileira, do Itaú Cultural, para o qual foi convidado nos anos 2000. 

Compositor intenso, Pipira tem paixão pela música e uma poderosa identidade musical amazônica. Atualmente, reconhecido no meio musical paraense, ele foi um dos convidados para participar do Terruá Pará e já gravou oito músicas para o primeiro CD solo que ainda está em busca de patrocínio. 

“Faltam quatro músicas pra completar as 12 que queremos colocar. Toco minhas própria musicas. Há cúmbia, lambada, que eu adoro tocar, mas também tem xaxado, carimbo e surf music”, revela. Não será a primeira vez dele na Black. Além de já ter feito a alegria do público com o Metaleiras do Pará, ano passado, ele também já foi convidado do Tributo a Jorge Bem, realizado em abril deste ano. É um veterano, podemos dizer. 

“Cúmbia, lambada e carimbó são meus fortes. Mas eu também gosto de tocar chorinho como já fiz várias vezes no Bar do Gilson. Eu toco onde me chamam. Mas é tudo bem caliente, como será este show da Black Soul Samba. Tudo bem tropical”, reforça.  Vão acompanhar Pipira três músicos não menos experientes. Além de Arthur Kunz (bateria) tem ainda MG Calibre (baixo) e Leo Chermont ( guitarra), que já integram junto com ele, o Metaleiras da Amazônia. 

“Vai ser um show bem eclético. Vamos tocar as músicas do Pipira, como Mambo do Pedro, Lamento do Trombone, Paramambo, Passeei no Ver o Peso, entre outras e teremos uma participação especial da cantora e instrumentista Iva Rothe. Teremos também muito merengue e drums, além de tudo”, explica Mg Calibre, que também assina a direção musical do show. 

Jonas Santos,da Soatá
Soatá – Outra partiicpação da noite será do guitarrista Jonas, da banda Soatá, que trabalha com temas que envolvem as tradições populares amazônicas desenham a atmosfera dos timbres e os rumos da poesia. 

“Estou em Belém esta semana tratando de um projeto de documentário da banda Soatá, que quer mostrar o circuito de bandas daqui. Vmos filmar a Black Soul Samba desta sexta-feira, inclusive”, dia Jonas que é de Belém mas mora há 15 anos em Brasília. 

O som da Banda SOATÁ situa-se nas resistências dos povos amazônicos e se contextualiza nos elementos das quentes manifestações do carimbó, do lundu, do retumbão, do siriá, do marabaixo, fundidos aos ritmos da diáspora africana nas Américas: o funk, o reggae, o hip hop e o rock. 

DJs – Mas abrindo e fechando a festa, eles não poderiam faltar. Os DJs da Black Soul Samba não vão deixar ninguém parado: Fernando Wanzeler, Uirá Seidl, Eddie Pereira, Kauê Almeida, Homero da Cuíca vão garantir os melhores sets latinos do mundo. 

Serviço 
Pipira do Trombone e Power Trio na Black Soul Samba. Quando: Sexta, 24 de agosto de 2012 – A partir das 21h. Quanto: R$10,00 – com meia-entrada para estudantes (em respeito à lei nacional da meia-entrada). Onde: No bar Palafita – Rua Siqueira Mendes, ao lado do Píer das 11 Janelas, na Cidade Velha. 

Saiba mais: Fan Page: www.facebook.com/BlackSoulSamba. Twitter: @blacksoulsamba. Imprensa: (91) 8134.7719. Produção: (91) 8413 0861 / blacksoulsamba@yahoo.com.br. Escute a Black na rádio: Toda quarta, 21h, na Unama FM – 105,5. Reprise aos sábados, 22h.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

“Caetano 70 anos na Black Soul Samba

Uma semana depois da data oficial do aniversário de um dos maiores astros da MPB, Rande Frank e banda, formada por Guibson Landin (guitarra e arranjos), Paulo Lavareda (baixo), Aritanã (percussão) e Willy Benitez (bateria), sobem ao palco do Palafita para o espetáculo “Caetano 70 anos”, prometendo sacudir as estruturas com um show dançante, trazendo músicas do lado A e do lado B, pra todo mundo curtir. Apoio da Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves.

O repertório está repleto de todas as coras da Black Soul Samba, um trabalho à parte. Escolher entre tantas canções incríveis e sucessos inesquecíveis não foi nada fácil. O resultado a gente vê nesta sexta-feira, 17, a partir das 21h, no Palafita, na Cidade Velha. Apoio Fundação Cultural do ParáTancredo Neves. 

Ele tem 47 discos lançados, é fundador de um dos mais importantes movimentos culturais do século XX, o Tropicalista. Considerado um polemista e ativista cultural político, o baiano Caetano Veloso, leonino, músico, compositor, mas também cinéfilo, crítico, ator, é amado e odiado. É tudo isso e muito mais.

No último dia 7, o cantor completou 70 anos de vida e de quebra comemorou as quatro décadas de um de seus álbuns mais emblemáticos, o Transa. As celebrações são inúmeras em todo o planeta e não poderia ser diferente em Belém do Pará. 

“Traçamos um repertório que atendesse o padrão que tem a Black. Dançante, fizemos arranjos que deixassem tudo mais soul samba, menos canção. Então vão rolar coisas do tipo Tropicália e outros clássicos como Odara, Rapte Camaleoa, Tigresa, Beleza Pura. Não vai dar pra levar, por exemplo, Leãozinho”, diz Rande Frank, o vocalista da banda.

“Cobrimos a maioria dos 47 discos, mesmo assim, ficou muita coisa de fora. Acabei de sair do ensaio e claro que quase teve briga, todo mundo curte Caetano e queria dar o seu palpite”, explica ele que revela ainda outras canções que vai mandar no show, como a música bem lado B, “Eu quero esta mulher assim mesmo”, do não menos emblemático “Araçá Azul”.

Fã de carteirinha do cantor baiano, qualquer semelhança com Caetano Veloso, não é pura coincidência. Rande Frank também é ator, cantor e compositor, polemista, ciinéfilo etc e tal. E pra completar, ele nasceu no ano em que Caetano lançou “Transa”, em 1972. Sim, em 2012, Rande faz 40 anos, como o LP .

Participações - O show terá participações especiais, com Olivar Barreto, que vai cantar “Estrangeiro” e Patrícia Rabelo, que levará com Rande, “You don’t know me”, do Transa. Mas tem muito mais, avisa Rand Frank, que prefere deixar pra surpresa da hora. “Ninguém vai ficar parado, é um show feito pra dançar”, enfatiza. Ao todo são 21 músicas e quem sabe mais alguma canja, se bobar. 

E pra esquentar tudo, antes do show, estarão em cena os DJs residentes da Black Soul Samba: Fernando Wanzeler, Uirá Seidl,Eddie Pereira, Kauê Almeida, Homero da Cuíca, que vão garantir os melhores sets destas sete décadas de Caetanices. Rande Frank iniciou sua carreira musical na década de 90 cantando e tocando violão na noite paraense, com músicas sempre em português. 

Como vocalista, participou de diversas bandas, dentre elas, as extintas “Arcano 19”, “A Decrépita” e a mais recente “Xamã”. Produziu, gravou as vozes, e mixou 12 canções do compositor paraense Buscapé Blues e as apresentou ao vivo em shows intinerantes dentro de um ônibus-palco, que cruzou a capital carioca com a banda “Xuxu e As Kaveiras Barrocas”, com quem também se apresentou no Rock in Rio, no início dos anos 2000. 

Liderando os vocais da Banda “Xamã”, ele se popularizou com sua voz e performance marcantes, eletrizando as platéias roqueiras e a nascente tribo regueira que surgiu no fim de 2006 no cenário musical de Belém do Pará. 

Sempre Caetano - Ao lançar a canção-manifesto Tropicália, cantava orgulhoso: "eu organizo o movimento". Em parceria com Gilberto Gil, Maria Bethânia e Gal Costa, estrelou o aclamado show Doces Bárbaros, que como toda grande obra de vanguarda, recebeu duras críticas após sua estreia.

Três décadas depois, o álbum homônimo é considerado um dos melhores trabalhos da história da música no Brasil. Ao completar 70 anos que Caetano Veloso em 2012, uma de suas primeiras ações, foi lançar, ainda em junho, um novo site http://www.caetanoveloso.com.br/ em parceria com a gravadora Universal, onde disponibiliza toda sua discografia. A obra está disponível para audição gratuita em streaming e o usuário pode comprar as canções individuais pela loja virtual da Apple.

 Há ainda um blog alimentado por Caetano, onde ele aproveita para postar seus pensamentos polêmicos: "Como me ensinou meu pai: pior do que um comunista é um anticomunista". Outra novidade acabou de chegar às lojas, em um CD com regravações nas vozes de artistas da nova safra da música nacional. Mariana Aydar interpreta Araçá Azul (1973); Marcelo Camelo empresta a voz a De Manhã (1965); e a cantora Céu dá um tom contemporâneo para a clássica Eclipse Oculto (1983), com produção de Fernando Catatau.

Disco quarentão - “Transa”, o quarentão, é um disco cantado em sua maior parte em inglês, consegue ser regional na mesma medida que o axé “A Luz de Tieta”, canção que faz parte da trilha sonora de um filme para lá de duvidoso de mesmo nome já nos anos 90. Aliás, o período londrino (foram dois anos e meio, entre 1969 e 1972) é mais uma reafirmação de baianidade que qualquer outra coisa. Gravado em quatro sessões com clima que transparece espontaneidade, Caetano foi auxiliado por Tutty Moreno (bateria), Áureo de Souza (bateria), Moacir Albuquerque (baixo) e Jards Macalé (guitarra). O inglês Ralph Mace, tecladista em “The Man Who Sould the World” (1970), um dos maiores clássicos de David Bowie, assinou a produção.

David Byrne – Uma grata surpresa para todos os fãs aconteceu no mês de março deste ano, com o lançamento do DVD "Live at Carnegie Hall", que traz Caetano Veloso e David Byrne. Não é de hoje que são amigos. Os dois já tinham tentado cantar juntos no VMB 2004, mas quando um monte de problemas técnicos aconteceu, Caetano saiu explosivo do palco, disparando uma série de palavrões em rede nacional. 

Mas desta vez não teve tempo ruim e o registro"Live at Carnegie Hall", traz entre as suas 18 faixas, hits de Caetano, como Leãozinho e Você é Linda e também músicas de Byrne, incluindo várias da época dos Talking Heads.

O exílio - Em maio de 1966, um ano antes de lançar Domingo, disco de estreia coassinado por ele e a amiga Gal Costa, Caetano defendeu a “retomada da linha evolutiva” da música brasileira, em entrevista à Revista Civilização Brasileira. O jovem, de 23 anos, apostava em uma radicalização da antropofagia ensaiada por seu mestre João Gilberto, que acrescentou à receita da bossa nova sofisticados maneirismos vocais e instrumentais do cool jazz americano. 

A ambiciosa meta foi atingida por Caetano no turbulento ano de 1968, com os novos rumos apontados pelo Tropicalismo, o movimento encabeçado por ele, Gilberto Gil, Gal Costa, Tom Zé, Nara Leão, Torquato Neto, Capinam, Rogério Duprat e a banda paulistana Os Mutantes (signatários do disco-manifesto Tropicalia ou Panis Et Circencis, de 1968). 

“Só voltem se forem autorizados”. Era 1968, quando os militares chegaram a sua casa e bastante claros quando despacharam a ele e Gilberto Gil para o exílio forçado. Sete meses antes disso, no dia 27 de dezembro de 1968, os dois haviam sido presos sem qualquer alegação plausível. Passaram por celas de diversos quartéis no Rio de Janeiro por dois meses. 

A licença para voltar a Salvador veio numa irônica quarta-feira de cinzas, como se houvesse algum motivo para Carnaval. Lá seriam mantidos mais 120 dias em regime de prisão domiciliar. O carimbo definitivo de persona non grata viria com o endurecimento promovido pelo Ato Institucional n° 5 (AI-5).

Duas apresentações em 20 e 21 de julho de 1969 na capital baiana (o célebre Barra 69) e o tropicalismo tomava um forte golpe abaixo da linha da cintura. O desterro causou em Caetano Veloso tanta agonia quanto vontade de valorizar aquilo que viveu na infância, que leu, ouviu e grudou na sua pele. Desenraizado, mergulhou de cabeça em um estado cinzento como a aparência de Londres na maioria do tempo. 

Serviço 
Rande Frank e banda na Black Soul. Samba. Quando: Sexta, 17 de agosto de 2012 – A partir das 21h. Quanto: R$10,00 – com meia-entrada para estudantes (em respeito à lei nacional da meia-entrada). Onde: No bar Palafita – Rua Siqueira Mendes, ao lado do Píer das 11 Janelas, na Cidade Velha. Apoio Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves. Saiba mais: www.blacksoulsamba.blogspot.com. Fan Page: www.facebook.com/BlackSoulSamba. Twitter: @blacksoulsamba. Imprensa: (91) 8134.7719. Produção: (91) 8413 0861 / blacksoulsamba@yahoo.com.br. Escute a Black na rádio: Toda quarta, 21h, na Unama FM – 105,5. Reprise aos sábados, 22h.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Nazaré Pereira na volta da Black Soul Samba

Depois de um mês de folga e reciclagem de sons, a Black Soul Samba volta ao comando das sextas no Palafita. Para abrir o semestre, o coletivo traz uma das grandes musas da música paraense. Com swingue universa, é Nazaré Pereira quem chega com sua saia rodada, colares de missanga e energia do cantar amazônico. Motivo imperdível pra matar a saudade. É na sexta, 10 de agosto, na volta da Black Soul Samba. Impossível um paraense que não a conheça, ou ao menos tenha ouvio uma de suas músicas. Nazaré Pereira é acreana, mas foi criada em Icoaraci e há anos mora em Paris. Suas vindas à Belém são sempre sinônimos de bons shows, em parceria com os melhores músicos. E dessa vez ela aporta no palco da noite mais black e ritmada da cidade das mangueiras. Depois de uma festiva e aclamada participação na festa de São João da Black, no show de Adilson Alcantara, a cantora de Xapuri sentiu as intensas e felizes vibrações do público e não teve dúvida, tinha que levar seu show inteiro àquele palco. “Já têm alguns anos que mostro através de meus shows, os ritmos brasileiros e principalmente amazônicos para pessoas alegres de vários países do mundo, e a festa é sempre maravilhosa”, comemora. Para a festa do dia 10, Nazaré convocou o quarteto formado por Mário Mouzinho (violão), Sagica (bateria), Gringo (baixo) e Edgar Matos (teclados). O repertório tem xote, baião, carimbo, forró e o que mais a energia da noite permitir. Entusiasmada, Nazaré garante que o show será efusivo. “Espero por vocês para passarmos bons momentos juntos em uma viagem dançante e musical”, convida. Entre o Acre e Paris, 17 discos e muita alegria Cantora. Coreografa. Diretora. Compositora. Atriz. Filha de pai seringueiro e mãe lavadeira. Nazaré Pereira nasceu na cidade de Xapuri, mesma cidade de Chico Mendes, no interior do Acre. Aos sete anos mudou-se com a família para o Estado do Pará, indo morar no bairro de Icoaraci (a famosa Vila Sorriso) em Belém. Após formar-se como professora primária foi para o Rio de Janeiro e fez Faculdade de Teatro na Uni-Rio. Em 1969, ao lado de Leila Diniz, atuou em diversas novelas. Por essa mesma época, ganhou um prêmio no programa "A grande chance", de Flávio Cavalcanti, na TV Tupi. O prêmio foi uma passagem para Portugal. De Lisboa, viajou para Nancy, na França. Nesta cidade, estudou teatro com Jack Lang, mais tarde ministro da Cultura do governo Mitterrand. Fez graduação no Centre Universitaire Internacional de Formation et des Recherches Dramatiques de Nancy. No ano de 1971, em Paris, sob a direção de Bob Wilson, integrou o elenco da peça "Les Regard du Sourd", encenada no Teatre de La Musique. No ano seguinte, representou o Brasil no Festival de Teatro de Quito (Equador). Dois anos depois, participou do "Festival de Teatro de Nancy". E foi então que começou a cantar em casas noturnas de Paris. Trabalhou também como dançarina, integrando os grupos Les Étoiles e Os Maracatus. Atuou ao lado de Tânia Maria, Teca Calazans e Ricardo Villas. Sua primeira música composta foi a famosa " Xapuri do Amazonas" em 1978. No mesmo ano gravou "Nazaré", primeiro disco lançado pela gravadora Cezame/RCA, na França. Sua interpretação para "O cheiro de Carolina", de Luiz Gonzaga, e "A roxo" obteve o primeiro lugar nas paradas de sucesso da Bélgica e Suíça. No LP também interpretou "Só quero um xodó" (Dominguinhos e Anastácia), "Pisa na fulô" (João do Vale, E. Pires e Silveira Júnior) e suas adaptações "Bambo de bambu", "Yara" (c/ J. A Kzam) e "Boi do Amazonas". No ano seguinte, o disco foi lançado no Brasil pela gravadora Top Tape. Nesse mesmo período, juntamente com Chico Buarque e Jorge Amado, foi condecorada por Jack Lang com a "Medalha Chevalier des Arts et des Lettres", pelos serviços prestados à cultura brasileira na França. Nos anos seguintes, lançou vários LPs e compactos, sempre tendo uma boa média de vendagem, tanto na França quanto em países vizinhos. Entre seus discos mais conhecidos está a compilação feita por David Byrne para a gravadora EMI, "Beleza tropical", no qual interpretou "Maculelê" e "Caixa de sol", participando deste mesmo disco Caetano Veloso e Gilberto Gil. Gravou 17 discos, cinco dos quais para o público infantil. Escreveu com Michel Mayne (compositor de 'Emmanuele') letras para trilhas sonoras de filmes franceses. Em Paris manteve um programa de música brasileira em uma emissora FM. No LP "Amazônia", gravado e lançado na França pela Cézame, incluiu um dos maiores sucessos de sua carreira, "Xapuri do Amazonas" (de sua autoria), além de outras composições, como "Riacho do navio" (Luiz Gonzaga e Zé Dantas), "Sodade, meu bem sodade" (Zé do Norte e A. do Nascimento), "Baião de Paris" e "Forró no escuro", ambas de Luiz Gonzaga, "O que vier eu traço" (Alvaiade e Zé Maria) e "Boi bumbá", de autoria de Waldemar Henrique. Também lançou outro disco de grande sucesso, "Nazaré Pereira", pela RCA, no qual interpretou "Bahia" (Antônio Carlos e Jocafi), "Assum preto" e "Baião", ambas de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, "Saudade da Bahia" (Dorival Caymmi) e, de sua autoria, "Carimbó do dó" e ainda "Cirandando" e "Cristina", ambas em parceria com Coaty de Oliveira.
Participou de vários festivais, como o de Montreal e Quebec, no Canadá, Montreux na Suíça e o "Festival de Nice", na França. Apresentou-se em teatros parisienses importantes, como Olympia e Bobino. Fez turnê pela Europa, Oriente Médio e África. No ano de 1997, foi tema e enredo de uma escola de samba de Belém. Logo depois, foi coroada rainha no "Baile dos Artistas". No ano seguinte, voltou para o Brasil. Gravou pela PolyGram o CD "Brasileira, tout simplesment", cujo repertório incluiu "Tambor de coro" (Ronaldo Silva), "Sabor açaí" (Nílson Chaves), "Nasci para bailar" (Paulo André Barata e João Donato) e composições suas, como "Grito mudo" (c/ Pedrinho Cavalero), "Samara linda" (c/ Kzam Gama), "Folha ao vento" (c/ Kzam Gama) e "Brasileira, tout simplesment". No ano 2000 lançou o CD "Brasil forró" gravador em Fortaleza e editado na Franca pela gravadora Sunset-France. Em 2003 lançou "Brasil Capoeira", também pela gravadora Sunset- France. E logo em seguida a gravadora americana Putumayo incluiu várias interpretações suas em coletênas lançadas somente para o mercado norte-americano. Atualmente visita o Brasil cerca duas vezes por ano, onde inclui shows na cidade de Belém. Além de Nazaré Pereira, a Black Soul Samba conta ainda com seu staf de DJs. Fernando Wanzeler, Uirá Seidl, Kauê Almeida, Homero da Cuíca e Kauê Almeida voltam cheios de saudade e novos sons para a noite de sexta, garantindo sempre o melhor da música brasileira com todas as cores da black music. Serviço Nazaré Pereira na volta das férias da Black Soul Samba Quando: Sexta, 10 de agosto de 2012 – A partir das 21h Quanto: R$10,00 – com meia-entrada para estudantes (em respeito à lei nacional da meia-entrada) Onde: No bar Palafita – Rua Siqueira Mendes, ao lado do Píer das 11 Janelas, na Cidade Velha Saiba mais: www.blacksoulsamba.blogspot.com Fan Page: www.facebook.com/BlackSoulSamba Twitter: @blacksoulsamba Imprensa: (91) 8190 8270 / 8889 3639 Produção: (91) 8413 0861 / blacksoulsamba@yahoo.com.br Escute a Black na rádio: Toda quarta, 21h, na Unama FM – 105,5. Reprise aos sábados, 22h.