Aniversário do
coletivo terá homenagem aos 20 anos do movimento manguebeat em show especial do
grupo Lauvaite Penoso, além do samba marcante da cantora Gigi Furtado dando o
tom do universo da música brasileira característico da Black Soul Samba. Tudo
nesta sexta, 21, e mais cedo, a partir das 18h, no Palafita.
Há
03 anos a noite de Belém começava a compartilhar do conceito de música negra
para além do rap, funk e hip hop. A pesquisa musical realizada pelo Coletivo
Black Soul Samba iniciava seu trabalho de realizar festas com todas as
vertentes da música negra, principalmente suas raízes fincadas na música brasileira.
Samba, axé, batuques, carimbó, tropicália, todos carregam o sotaque que a mãe
África vem reverberando nas noites de sexta na capital do Pará.
DJ Uirá Seidl |
Do
início com os DJs Uirá Seidl, Homero da Cuíca, Kauê Almeida, Eddie Pereira e
Fernando Wanzeler mostrando seus sets repletos da musicalidade universal, até
os shows de artistas de renome nacional como Saulo Duarte (Ce/SP), Andréa Dias
(SP), Jana Figarella (Pe) e Jimmy Luv (SP) entre outros, foram cerca de 110
festas. Sempre conceituais, as noites da Black Soul Samba também levaram
importantes tributos e homenagens à ícones da música brasileira como Luiz
Gonzaga – interpretado por Adílson Alcântara; Gilberto Gil – interpretado por
Olivar Barreto; Caetano Veloso e Tropicália – interpretados por Rande Frank; Tim
Maia – com Roguesi; e Clara Nunes – com a diva paraense Gigi Furtado. E é Gigi
quem volta ao palco do Palafita para comemorar este aniversário de 03 anos, emprestando
sua voz a sambas clássicos e ao melhor de Jorge Ben e da própria Clara Nunes.
A
festa desta “Black do fim do mundo” passeia ainda mais pelo cancioneiro
brasileiro e celebra também os 20 anos do movimento manguebeat, considerado o
segundo movimento musical contemporâneo mais importante, depois da Tropicália. Quem
leva a tônica de Chico Science e Mestre Salustiano é o grupo de Icoaraci,
Lauvaite Penoso, aportando na Black com todas as cores de rios, pontes e
overdrives.
Cultura da
baixada com sotaque do mangue
A
Banda "Lauvaite Penoso" buscou através da música falar sobre o
cotidiano nos movimentos culturais das baixadas de Belém e Icoaraci, junto à mistura de outros pontos fortes do que cada
integrante da banda carrega consigo. Seu repertório autoral foi
desenvolvido com bases na cultura popular amazônica e brasileira, com influências
que vão do carimbó ao tecnobrega e das guitarradas ao maracatu.
A expressão “Lauvaite Penoso” vem das brincadeiras de pipa e rabiola, comuns na periferia de Belém. De acordo com o grupo, empinar uma pipa é voar com ela, explorar novos espaços, experimentar novos vôos! É a primeira viagem de muitas crianças pobres das baixadas de Belém que encontram nesta brincadeira nada mais que Liberdade. "Lavaite Penoso é o nosso grito, é a nossa brincadeira perigosa, já que todos têm que sobreviver em periferias violentas, trabalhando para se sustentar e ainda assim fazer música”, explicam os integrantes.
A expressão “Lauvaite Penoso” vem das brincadeiras de pipa e rabiola, comuns na periferia de Belém. De acordo com o grupo, empinar uma pipa é voar com ela, explorar novos espaços, experimentar novos vôos! É a primeira viagem de muitas crianças pobres das baixadas de Belém que encontram nesta brincadeira nada mais que Liberdade. "Lavaite Penoso é o nosso grito, é a nossa brincadeira perigosa, já que todos têm que sobreviver em periferias violentas, trabalhando para se sustentar e ainda assim fazer música”, explicam os integrantes.
Com
uma cozinha carregada no batuque, o grupo tem Gabriela Maurity e Rodrigo
Ethenos na voz e percussão, Gleideson Carréra na voz, percussão e efeitos,
Johnny Craveiro com voz, violão e guitarra, Diogo Craveiro com guitarra e voz,
Jassar Protázio no baixo e voz, e Júnior Dusik na bateria e sampleador. Para o
aniversário da Black o grupo montou um repertório especial todo voltado ao
manguebeat.
Criado
na década de 90, O objetivo do
movimento surgiu de uma metáfora idealizada por Fred Zero Quatro ao trabalhar
em vídeos ecológicos. Como o ecossistema mangue é chave na
biodiversidade global, o Manguebeat precisava formar uma cena musical tão
rica e diversificada como os manguezais. Devido a principal bandeira do mangue
ser a diversidade, a agitação na música contaminou outras formas de expressão
culturais como o cinema, a moda e as artes plásticas.
O Manguebeat influenciou
muitas bandas de Pernambuco e do Brasil, desde a própria Nação Zumbi, Eddie, Mestre Ambrósio e Mundo Livre S.A, até
o Cordel do Fogo Encantando e o músico Otto, entre tantos outros; sendo o
principal motor para Recife voltar a ser um centro musical, e permanecer com
esse título até hoje.
Samba,
suor e “parabéns a você”
Sambista e cantora lírica Gigi Furtado é uma das
consagradas intérpretes da música negra em Belém. Elza Soares, Chico Cézar,
Jorge Ben e Paula Lima estão no repertório da cantora, montado com arranjos
especiais, trazendo todo o batuque afro para cada música interpretada. No show
desta sexta Gigi também presta homenagem especial a cantora Elen Oléria,
vencedora do concurso nacional The Voice Brasil. No decorrer do espetáculo este
repertório vai sendo todo alinhavado e costurado durante a apresentação,
levando o público a uma atmosfera musical, proporcionando momentos de
entretenimento e boa música. Além é claro, do carisma evidente de Gigi Furtado,
que interage de maneira efetiva, dando dinâmica diferenciada ao show.
Acompanhada da banda “Cavaleiros de Jorge”, com quem
divide o palco há mais de três anos, Gigi está a frente de um laboratório
comprometido com o fazer musical. Composta por André Andrade no violão, André
Brasil na bateria e Alexei Moreira no baixo, os “Cavaleiros de Jorge” serão os
responsáveis por todo o swingue brasileiro do show de Gigi, que entoará também
o “parabéns à você” ao coletivo Black Soul Samba.
Sonoridade,
pesquisa e conceito
Vindo de Manaus, o nome “Black Soul Samba”, foi trazido
pelo DJ Homero da Cuíca, que realizou a primeira BSS na capital do Amazonas,
antes das festas de Belém. De acordo com Uirá Seidl, um dos produtores e DJ da
BSS, era a peça que faltava para dar vida ao coletivo. “O nome nos deu
inclusive o insight para a festa sair
um pouco daquele padrão comumente associado as festas de black music, onde focam quase exclusivamente no hip hop e o funk.
Tivemos então a convicção que deveríamos ampliar o escopo da sonoridade do
evento, e estender o termo ‘black music’ para o que de fato é :
‘música negra’. Samba, reggae, afrobeat, muitos estilos, inclusive o blues, são
frutos diretos da cultura negra. Os reflexos dessa cultura na música brasileira
são indizíveis, e é indissociavelmente ligada a África. Até o tropicalismo não
existiria, se não fosse a cultura africana”, acredita.
DJ Kauê Almeida |
Mas não foi só, o ano de 2012 foi marcado ainda pela
presença cada vez maior do som paraense nas festas. Nilson Chaves, Arthur
Espíndola, Buscapé Blues, Curimbó de Bolso, Juliana Sinimbu, Pipira do
Trombone, Pio Lobato, Nazaré Pereira, Joelma Kláudia, Rádio Cipó, MG Calibre,
Eloi Iglesias e CaBloco Muderno foram alguns dos paraenses que deixaram suas
marcas nas noites de sexta no Palafita, alargando o conceito da musicalidade
negra e principalmente mostrando às novas gerações que o som produzido no Pará
é universal.
Se não bastasse, a Black Soul Samba também tem
contribuído para a integração das artes, investindo nos cenários assinados por
Aldo Paz e levando exposições fotográficas e de audiovisual em momentos
pontuais, incluindo a apresentação de malabares circenses, performances e
feiras de acessórios da Madame Bijoux, que também estará nesta próxima sexta.
Na festa deste 21 de dezembro, as trombetas do apocalipse
soarão música brasileira com samba, soul e todo o colorido da black music. E é
bom aproveitar, pois os DJs Uirá Seidl, Kauê Almeida, Homero da Cuica, Fernando
Wanzeler e Eddie Pereira retornam apenas em fevereiro de 2013; isso é claro, se
o mundo não acabar depois deste aniversário.
Serviço
Aniversário
de 03 anos da Black Soul Samba com shows de Lauvaite Penoso e Gigi Furtado e Os
Cavaleiros de Jorge
Nesta
sexta, 21 de dezembro de 2012. No Bar Palafita - Rua Siqueira Mendes ao lado
do Píer das 11 Janelas, Cidade Velha. A partir das 18h.
Ingressos:
R$ 5,00 das 18h às 20h
(promocional sem meia-entrada) e R$10 (
valor normal com meia-entrada) após às 20h.
Programa
de Rádio: Toda quarta, das 21h às 23h, na Unama FM – 105.5; com
reprise aos sábados, 22h.
Mais informações: Fan Page: Facebook.com/BlackSoulSamba; Twitter:
@BlackSoulSamba; Blog: blacksoulsamba.blogspot.com
Produção: (91) 8291 6992
Imprensa: (91) 8190 8270 / 8889 3639