quarta-feira, 7 de novembro de 2012

O Som da Tropicália com Rande Frank e Patrícia Rabelo



Aniversário de 45 anos do movimento será marcado com show de Rande Frank, Patrícia Rabelo e banda num dueto na Black Soul Samba desta sexta, 09 de novembro.

Imagine que você está em 1967, onde o Brasil respira sob a sentinela da ditadura do militar general Castelo Branco, e na TV um grupo de músicos com uma cantora vestida de noiva cantava a história de um domingo no parque, com direito a vertigem da roda gigante. Este foi o cenário onde se instalou o Movimento Tropicalista, vanguarda que mudou completamente os rumos da música brasileira, influenciando gerações de artistas e pensadores e que se mostra cada vez mais contemporânea.



A apresentação de Gilberto Gil e os Mutantes cantando “Domingo no Parque” no Festival da Canção da Record, de 67, é o marco de todo o movimento que teve seu nome inspirado na obra do artista plástico Hélio Oiticica: “Tropicália”, exposta no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, no mesmo ano.  O balaio tinha Caetano Veloso como um de seus principais pensadores e trazia ainda Tom Zé, Rogério Duprat, Gal Costa, Torquato Neto, Nara Leão e Jorge Mautner; até mesmo Glauber Rocha com seu cinema novo estava arrolado ao movimento. Era a nova cara de um Brasil que nunca foi tão moderno.

Dessa modernidade pós bossa-novistas, outros dois grupos importantes : “Os Novos Baianos” e sua vida em comunidade, e os “Secos e Molhados” com suas fantasias e pinturas lideradas por Ney Matogrosso, são crias diretas da Tropicália, ainda nos anos 70. “Acho que sou um resultado do Tropicalismo, porque vim depois, em 1973, e aquilo já tinha mexido com a minha cabeça de tal maneira, que penso que ousei me expor tanto quanto me expus, porque o Tropicalismo me incitou.” Declarou Ney em entrevista recente à revista Rolling Stone.

Rande Frank na Black Soul Samba
A força do movimento continuou ainda bem depois. Para o músico paraense Rande Frank a resposta o movimento se estendeu de forma tal, chegando a influenciar Chico Science e Nação nos anos 90, entre outros. Para ele a tropicália “veio pra pontuar um momento na música  brasileira, que até então era muito careta”, afirma dizendo ainda que o “Tropicalismo não se diluiu porque não era moda, não era a roupa, era a riqueza musical que ainda está aí. Músicos da MPB, como a Marisa Monte e até os Mamonas Assassina, têm a essência do movimento. ”, acredita.

E são com os acordes dissonantes da tropicália que o músico vai subir ao palco, dividindo-o com a cantora Patrícia Rabelo. A dupla se reúne pela primeira vez, compartilhando um show inédito, especialmente para o projeto “O Som da Tropicália – 45 Anos” que a Black Soul Samba leva ao Palafita, nesta sexta, 09. Além da dupla encenando as canções, a casa terá ainda cenário especial de Aldo Paz, inspirado no próprio Hélio e em todo o movimento, dando tons de tecnicolor que a noite pede.

Rock e música popular na carreira de Rande e Patrícia
Estreando na Black Soul Samba, Patrícia Rabelo se diz num misto entre apreensiva e empolgada. “A força da Black é muito grande e por isso a responsabilidade é enorme”, diz. Patrícia fez uma participação especial no show ao aniversário de Caetano Veloso, no semestre passado. Foi a primeira vez que ela e Rande dividiram uma música. Agora a dupla compartilha todo um repertório, com arranjos completamente novos para canções marcantes como “Objeto Não Identificado”, “Cinema Olympia”, eternizadas na versão de Gal Costa; “A Menina Dança” dos Novos Baianos, “Brigitte Bardot”, de Tom Zé; “Minha Menina”, dos Mutantes; e muitas outras. “ Cada um vai cantar uma música, ninguém sai do palco e tem momentos em que cantamos juntos. Nós vamos brincar bastante ”, avisa Patrícia.


Premiada em diversos festivais por todo o Brasil, Patrícia Rabelo já abriu o show do cantor Lenine, no Festival de Garanhuns em Pernambuco, além de ter sido eleita a melhor intérprete em vários outros festivais no Pará, Amazonas, Rio de Janeiro e tantos mais.

Suas incursões pela música popular a levaram a tomar frente do trabalho com a Banda Fênix no início dos anos 2000. Atualmente a cantora vem se apresentando em bares de Belém, além de participar de espetáculos em teatros como o Margarida Schivasappa e o Teatro da Paz.  A parceria com Rande Frank é um novo momento em sua carreira.

Com 20 anos de carreira, Rande vem caminhando contra o vento, como ator, cantor e compositor, desde os anos 90. Como vocalista, participou de diversas bandas, dentre as quais as extintas “Arcano 19”, “A Decrépita” e a mais recente “Xamã”. Produziu, gravou as vozes e mixou 12 canções do compositor paraense Buscapé Blues e as apresentou ao vivo em shows itinerantes dentro de um ônibus-palco, que cruzou a capital carioca com a banda”'Xuxu e As Kaveiras Barrocas”, com quem também se apresentou no Rock in Rio, no início dos anos 2000. Mas foi liderando os vocais da Banda “Xamã” que se popularizou com sua voz e performance eufóricas, eletrizando as plateias roqueiras e uma nascente tribo regueira que surgiu no fim de 2006 no cenário musical de Belém.

Aliado a boa energia do carismático Rande e da bela voz de Patrícia, estão ainda os músicos Guibson Landim na guitarra e arranjos, Paulo Lavareda no baixo, Willy Benitez na bateria e Veldo na percussão. Segundo Rande: “A Black é a cara da tropicália. Não tinha outro lugar pra fazer esse show se não fosse com a Black Soul Samba. Tenho certeza que vai ser ‘lindão’ ”.

E para não deixar cair o andamento, os demais elementos da modernidade da tropicália passam ainda pelos sets dos DJs Uirá Seidl, Kauê Almeida, Fernando Wanzeler, Homero da Cuíca e Eddie Pereira, que levam todas as cores da brasilidade tropicalista às pistas da Black Soul Samba.



Serviço
“O Som da Tropicália – 45 anos” com Rande Frank, Patrícia Rabelo e banda
Nesta sexta, 09 de novembro de 2012, a partir das 21h, no Bar Palafita (Rua Siqueira Mendes, ao lado do Píer das 11 Janelas, na Cidade Velha)
Ingressos: R$10,00
Informações:
 www.blacksoulsamba.blogspot.com / Fan page: Black Soul Samba / Twitter: @blacksoulsamba
Produção: (91) 8413 0861
Imprensa: (91) 8190 8270
Visite nosso site: www.blacksoulsamba.com.br
Escute a Black na Rádio: Unama FM 105.5 – Toda quarta, 21h, com reprise aos sábados, 22h

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