Show será na próxima sexta, 13 de novembro, comemorando os 40 anos do disco.
Considerado o 16º melhor disco de música brasileira de todos os tempos, pela revista Rolling Stone, o álbum "Fruto P
roibido", lançado por Rita Lee e Banda Tutti Fruti, em 1975, recebe homenagem em Belém. O repertório do aclamado disco será interpretado pela cantora paraense Gláfira, em show na Black Soul Samba, no Tábuas de Maré.
"Ovelha Negra", "Luz del Fuego", "Agora só falta você", "Esse tal de roque Enrow", "Cartão Postal", "Fruto Proibido" e "Dançar pra não dançar". Músicas que atravessaram quatro décadas, ganharam versões e regravações por diversos artistas e pela própria Rita Lee e estão na memória da geração pós Os Mutantes, grupo que lançou a cantora e compositora na década de 60.
O álbum Fruto Proibido é considerado um clássico do rock brasileiro e a obra-prima de Rita Lee, por sua vez, tida como a rainha do rock Brasil, premiada com mais de 30 discos de platina, 10 discos de ouro e 5 de diamante. Repleto de blues e com clara identidade setentista, o disco foi gravado em conjunto com a banda Tutti Fruti - formada por Luis Sérgio Carlini, na guitarra, Lee Marcucci, no baixo, e Franklin Paolillo, na bateria - que acompanhou a cantora entre 1973 e 1978.
Admiradora, fã e conhecedora da obra de Rita Lee, a cantora Gláfira é quem sobe ao palco da Black Soul Samba para interpretar inteiramente o álbum. A cantora paraense começou cantando Rita nos bares e conta que durante a pesquisa sobre a carreira de Rita se deparou e encantou com o trabalho dela nos Mutantes.
"Me encantei pela sonoridade setentista. Muito engraçado, porque as descobertas que eu ia fazendo sobre ela parecia que estavam acontecendo naquele dia. Fiquei paralisada, quando li que ela tinha deixado a banda, e isso já era 1999, e eu chocada, em ler algo que aconteceu 20 anos atrás. Resolvi ouvir tudo o que fez depois deles, foi ai que eu dei de cara com o “Fruto Proibido”. Eu a perdoei por ter saído dos Mutantes, porque esse disco continuou com a mesma essência, mas agora com ela tomando conta do seu próprio trabalho. Sou fã de mulheres independentes", ressalta a cantora.
Fruto Proibido e os anos 70
Segundo Gláfira, o álbum Fruto Proibido tem enorme importância para a música brasileira não apenas pela sonoridade, mas por conseguir dialogar com o contexto sócio-político que o país e o mundo vivenciavam na época. "Quando o disco foi lançado, o mundo passava por grandes mudanças sócio-culturais, revoluções comportamentais, crise do petróleo, independência das colonias portuguesas na África (Angola, Moçambique, Timor Leste), corrida espacial e armamentista e o Brasil estava vivendo um crise política, governado por uma ditadura militar, censura, tortura e exílio. O Fruto Proibido dialogava com tudo isso que a história registrou", sustenta.
Para ela, a sonoridade do álbum e as letras com temas feministas cantadas em português foram pontos importantes para afirmar a mulher dentro do cenário musical da época. "Querendo ou não, o rock é um espaço dominado pelos homens, poucas mulheres conseguiram se estabelecer respeitosamente neste meio. E a Rita Lee chocava o Brasil com “Dance pra não dançar”, “Ovelha Negra”, “Esse tal de Roque Enrow” e “Luz del fuego”, que é puro incentivo para a mulherada tomar as redias de sua própria vida", comenta Gláfira.
No show, Gláfira estará acompanhada por Guibson Landi, na guitarra; Ivan Vanzar, na bateria; e Nando Costa no baixo. A noite terá ainda participações especiais como Hugo Marola, marido de Gláfira, tocando com a cantora pela primeira vez; além de Joelma Klaudia, Quiuri Soares, Bianca Menezes, Sandro Gaia e Charles Andi.
Além do show de Gláfira cantando "Fruto Proibido", a noite começa com a discotecagem dos DJs do Coletivo BSS: Uirá Seidl, Homero da Cuíca e Kauê Almeida. O cenário é por conta do artista plástico Aldo Paz e projeções de Diogo Vianna e Kauê Lima. Haverá ainda feirinha de moda com a "Meninazinha Ateliê.
Serviço
Homenagem aos 40 anos do álbum Fruto Proíbido de Rita Lee e Banda Tutti Fruti - Com Gláfira e banda.
Sexta-feira, 13 de novembro de 2015 - a partir das 21h
Local: Tábuas de Maré - Rua São Boa Ventura, 156, Cidade Velha, próximo a Avenida Tamandaré - Cidade Velha
Informações: (91) 98362-1793
Entrevistas e contato para imprensa: (91) 98425 6171