Malandragem e Partido Alto pedem passagem nesta sexta na Black Soul Samba
Ícone do samba do morro carioca, Bezerra da Silva é o grande homenageado da Black Soul Samba desta sexta, 22. A festa da malandragem é a última deste mês de março e começa a partir das 21h com sets especiais dos DJs BSS e show da banda “Bizú do Bezerra”.
Improvisos nos show do Bizú do Bezerra |
O samba do morro e a nata da malandragem sempre foram os pilares das composições de Bezerra da Silva. Pernambucano de nascimento e carioca de alma, o sambista é o grande homenageado da festa que encerra o mês de março para a Black Soul Samba. Conhecido como o embaixador dos morros e das favelas, Bezerra recebe tributo através dos Coletivo BSS e da banda montada especialmente para ele: a Bizú do Bezerra, que promete um show cheio de improvisos e novas roupagens para alguns clássicos do partido alto e do samba coco.
Formada por Márcio Jardim na bateria, João Paulo Pires, André Alcântara e Douglas Dias na percussão, por MG Calibre no baixo, e Carioca nos vocais e cavaco, a banda “Bizú do Bezerra” chega na Black com várias surpresas e participações especiais , como do DJ Homero da Cuíca e de Mestre Cavalo. “Encontramos o Mestre no Jurunas e na hora vimos que tinha tudo a ver com o show, com um mestre da periferia falando o mesmo o que dizia o Bezerra”, conta Douglas Dias.
Idealizado a partir das relações pessoais de cada um dos integrantes, o “Bizú do Bezerra” nasceu de uma vontade dos músicos em se fazer identificar a partir dos lugares que nasceram, onde tiveram seus primeiros contatos com o mundo do samba. “Cada um de nós tem uma relação pessoal com o samba. Eu, por exemplo, nasci na Pedreira, o bairro do samba do amor. Tem o pessoal ligado ao Quem São Eles, ao Bole Bole. Todos nós temos essa veia da malandragem, só faltava juntar”, explica Douglas.
As homenagens do grupo querem ir mais longe. A banda diz que já tem outros tributos montados, como o da Elza Soares. Para Douglas, a apresentação na Black é o melhor lugar para os shows, já que a festa “é cara do samba e da diversidade negra”, conclui o percussionista.
Embaixador das favelas e dos malandros, contra os manés
Bezerra da Silva não nasceu no Rio, mas sua vivência nos morros cariocas imprimiu em sua alma a verve escaldante das ruas fluminenses. Suas canções falavam principalmente da vida do povo e os problemas da sociedade e das favelas.
Percussionista, foi integrante de blocos de carnaval onde um dos componentes o levou para a Rádio Clube do Brasil, em 1950. Durante sete anos viveu como morador de rua em Copacabana, quando tentou suicídio e foi salvo por um Santo da Umbanda. A partir daí passou a atuar como compositor, instrumentist a e cantor, gravando o primeiro compacto em 1969 e o primeiro LP seis anos depois.
A exploração e a opressão sofridas pelos trabalhadores, a malandragem, os ladrões à margem da lei, o uso de drogas, a condenação e a “caguetagem” foram registradas em clássicos como “Malandragem dá um tempo”, “Overdose de Cocada”, “Pai véio 171” e “Malandro não Vacila”, entre outros.
Na festa desta sexta, 22, toda essa expressão deixada por Bezerra para o samba brasileiro, também estará presente nos sets dos DJs Uirá Seidl, Kauê Almeida, Homero da Cuíca, Eddie Pereira e Fernando Wanzeler, que garantem caprichar nas passagens de som encerrando em alto estilo as festas de março. Depois a BSS retorna dia 05 de abril, com show de Mestre Curica.
Serviço
Tributo à Bezrra da Silva com banda Bizú do Bezerra na Black Soul Samba
Quando: Sexta, 22 de março, a partir das 21h
Onde: Bar Palafita – Rua Siqueira Mendes, ao lado da Casa das 11 Janelas – Cidade Velha
Quanto: R$15 com meia entrada para estudantes
Imprensa: (91) 8190 8270 / 8889 3639
Produção: (91) 8291 6992
Fan page: www.facebook.com/ BlackSoulSamba